O Morro da Cruz visto por outro ângulo

O Morro Grande, também conhecido por Morro da Cruz, é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Lages. 
Ao subir no morro para ver uma das mais belas vistas de Lages, sendo de carro ou a pé, todo visitante se depara com um cenário contrastante. Árvores de Pinus vem tomando conta da paisagem local. Além das grandes áreas de plantios de pinus encontradas no morro, há também os indivíduos regenerantes de pinus, que se alastram por todo o morro, brotando nas áreas de campo ou de mata nativa.
Se na parte central do Morro já é possível encontrar problemas, observando o lado mais afastado e despercebido do Morro Grande o dilema aumenta.


A exploração comercial legal e ilegal de minérios está devastando o local. A extração de pedra basalto, feita por uma empresa legalizada e a exploração de arenito feito por pessoas físicas de forma totalmente ilegal e clandestina, vem mudando a paisagem de um dos pontos mais tradicionais da cidade.
Os moradores que vivem próximos a área temem o pior quando as chuvas fortes chegam. O que nos remete a outro ponto chave, a ocupação habitacional irregular.
Um dos cartões postais de Lages pede socorro. Os governantes devem olhar com outros olhos para o Morro da Cruz e buscar ações eficientes embasadas na legislação e plano diretor do munícipio. Cobrar dos donos de plantios de pinus das áreas próximas, um efetivo controle da regeneração natural dos pinus que estão crescendo por todo o Morro Grande, alterando a paisagem do Morro e daqui uns anos, ofuscando a bela visão da cidade de Lages.
Devem ainda, fiscalizar e autuar as ações clandestinas que ocorrem nos fundos do Morro Grande, cobrar a regularização das áreas degradadas conforme licença ambiental concedida a empresa que opera de forma legalizada. Não obstante, deve implementar ações para regularizar o uso e ocupação do solo e evitar a ocupação irregular nestas áreas de risco. 
Se ações não forem tomadas, logo, perderemos esta bela vista de Lages, sem ao menos termos olhado para o problema um pouco mais a fundo.
Um desabafo de Joel de Souza Matos Jr.
Estudante de Arquitetura e Urbanismo.

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