Situação precária do Hospital Maternidade Tereza Ramos é relatado à população

A representante do Sindisaúde SC, Ivanise Simon, esteve na audiência pública que aconteceu nesta quinta-feira, na Câmara, para narrar a situação do Hospital Tereza Ramos.

Leia o que ela narrou:

Me dirijo os nobres legisladores
A proposta aqui é discutir o cenário do SUS. Situação de atendimento na região.
Pena que os maiores entendedores deste processo, os trabalhadores e usuários do SUS, não estejam aqui. Ou não foram convidados.
Sim, SC tem o maior volume de obras da nossa história. Somos diferentes porque não paramos de investir.



Pois digo, obras só não bastam, meras propagandas eleitoreiras. Temos um elevador parado há mais de um ano. Não temos rampa de acesso no HTR. Um elevador capenga que não aguenta a demanda. Muitas vezes impediu a elaboração de exames, hemodiálise. Pacientes restritos ao leito ou presos fora de seu setor por falta de acessibilidade. Sim, funcionários se recusavam a descer pacientes pela escada para não se expor ao risco ocupacional desta tarefa e nem expor paciente ao risco eminente de uma queda.
Enquanto de um lado aceleram as obras da ampliação gigantesca da nova ala do HTR, que tem até nome, do outro lado, o velho sofre às minguas.

Começo pelo novo e amplo setor de diagnóstico por imagens. Sobram números. Sim, vou dizer.... 2.500 exames de RX mês. Laudos atrasados desde março. Dois médicos apenas. Fez o RX? Suspeita de pneumonia? Mas o diagnóstico através de laudo médico especializado tem que esperar.

Colonoscopia, apenas um médico que faz dois exames por semana. Paciente internado precisa do exame dia 1º, consegue marcar para o dia 14.
Pacientes da Unacon, tem dois médicos para realizar apenas 10 exames/mês. US Somente agenda terça e quinta. Terça atende 9 pacientes, sendo somente um da Unacon, e quinta 10 pacientes, sendo dois da Unacon.  Pacientes a Unacon, agora só estão conseguindo marcar exame para novembro.


Endoscopia, médicos assinaram e comunicaram o fato que impede a realização dos exames de emergência e eletivas, pois o aparelho estragado, não interna hemorragia digestiva alta. RNM (Ressonância Magnética) desde janeiro parada. Muitas vezes falta prednisona, medicamento indispensável para a realização de tomo.
Mamografia- houve um período que agendava somente pacientes oncológicos, ferindo os princípios de direito de todas as mulheres, por falta de insumos (filmes).
Unidade de terapia de queimados, referência no estado, não atinge pacientes graves, mesmo setor equipado com ventiladores e afins, pois não tem médico disponível para plantão. Profissionais gabaritados e qualificados dão conta dos casos clínicos, enquanto outros ficam aos cuidados da equipe da UTI. Sendo assim, poderiam ser atendidos em qualquer lugar no estado.


Sofrem muitas vezes com falta de insumos que parecem banais, mas não menos importantes para o andamento do serviço. Faltam cotidianamente fraldas, hidrogel, curativo importante. Kologenase, pomada para as feridas dos queimados, fitas e ataduras.
Como fica o paciente quando tem seu tratamento interrompido por falta de medicamento para dor ou dar sequência ao tratamento quimioterápico? Na Unacon, a equipe não suporta mais a demanda de tantos pacientes que, com razão, saem insatisfeitos.
É humanamente impossível atender a todos como mereciam ser tratados. Não tem lâmina para coleta de material, importante exame de diagnóstico do referido setor. Assim como 12 pacientes aguardam na fila para reconstrução de mamas, não tem prótese, nem as de expansão.

Informações: Oliveti Salmória

Comentários

roalthoff disse…
Ta faltando funcionários, e estão contando até as canetas que falta, ficam remanejando gente de um setor pra outro, quem é compromissada com o serviço ta la trabalhando doente as vezes por mais de 72 horas, 1 funcionário pra atender 80 pessoas por dia!!! Não é só materiais que falta ....

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